
estavam por lá consentâneo, desfaçatez, escarafunchar, idiossincrasia, ipisis litteris, lápis-lazúli, nheengatu, unanimismo... relação. apenas cada signo em si. na inexistência da menor referência a qualquer frase, muito menos relato. processo inverso ao digerir palavras, comê-las. por assimilar. em feitio de absorção de sentidos para discurso. na verdade, mais para anotações de receitas, quando indicado: “reservar”. antes de ganhar aplicação. emprego. ou feito massa posta a descansar. à espera de ir ao forno. garantia de que não se perdessem. como que tateando ao redor de uma intenção de expressão, feito predador e presa. bordeando algo para o qual aquelas palavras possuíssem um propósito, embora ali oculto, a lhes garantir futuro significado num todo. qualquer todo. mas já aí em um primeiro indício, mesmo vago e impreciso: algo começava a se mover. estava a se processar. para além do miriápode vocabularizável. início. iniciação, apontando para o interior de um mistério. o do se poder vir a criar. invento! o próprio mistério. etimologia como necessidade de sentido para o fato da vida não bastar.
os vocábulos, assim em sua apresentação isolada, per si, também tinham-lhe outros ecos. como no relativo aos nomes próprios. quanta dificuldade em recordá-los, buscando vinculá-los a rostos encontrados em passado antigo ou próximo. pior: momentos angustiantes entre trocar cumprimentos inesperados, sem que o nome do dito-cujo aflorasse. estabelecer os primeiros diálogos, enquanto – preocupando-se em não transparecer as tribulações que lhe iam por dentro – percorria o alfabeto, apostando que, ao se deparar com a primeira letra do nome do sujeito, o termo fugidio se fizesse delineado à mente. a, b, c, d... muitas vezes isso dava certo. mas quantas vezes ...u, v, x, z! e nada! e toca a recomeçar: a, b, c, d... à medida que a conversa rolava na mais natural das aparências. e voltava a passar tipo fotograma de filme: ...e, f, g, h...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado por suas gotas!